A parceria com duas cidades italianas: Rotzo e Cavaion Veronese foi formalizada na manhã deste domingo (13/10). O Leão de San Marco também foi inaugurado na Praça Garibaldi
O Gemellaggio entre Antônio Prado e as cidades italianas de Rotzo (da província de Vicenza) e Cavaion Veronese (da província de Verona), foi assinado hoje por Nilson Camatti, prefeito de Antônio Prado, Lorenzo Sartori, prefeito de Cavaion Veronese e Constantino Slaviero, representante da Comune de Rotzo.
A cerimônia aconteceu no palco da Fenamassa, na praça Garibaldi, centro da cidade. Estiveram presentes Raffaele Trombeta, embaixador da Itália no Brasil, Renata Bueno, deputada italiana e Augusto Vaccaro, Cônsul Geral da Itália no Rio Grande do Sul. “Ao passar por cidades como Nova Milano, Nova Pádua e Antônio Prado me dá saudades da Itália. O que firmamos aqui hoje não é apenas uma ligação de amizade, mas uma reafirmação de laços de sangue. Nosso coração bate no mesmo ritmo”, afirmou o embaixador.
A deputada italiana Renata Bueno afirmou que a Fenamassa 2013 acontece no momento em que Brasil e Itália têm renovada a oportunidade de discutir seus problemas e dar soluções a eles a partir do estabelecimento de parceiras como o Gemellagio. “Esta valorização da cultura do Vêneto que vivemos na FenaMassa, os valores da fraternidade e da busca em comum pelo bem-estar urbano e coletivo estão latejando entre todos os envolvidos para fazer das relações entre Brasil e Itália um exemplo de solidariedade para o mundo”, prevê a deputada. Renata defendeu ainda que exemplos da tecnologia social italiana poderão ser palpáveis por meio de projetos bilaterais e acordos entre as comunidades de Antônio Prado e as cidades coirmãs italianas.
Constantino Slaviero, consultor da Comune de Rotzo, afirmou estar emocionado por ter encontrado, em Antônio Prado, parentes com o mesmo sobrenome. “Encontramos as origens e a cultura vicentina que ainda é genuína aqui. Descobri pessoas que eu não sabia que existiam. É a mesma sensação de quando você tem um filho, você fica impactado com aquela nova pessoa na sua vida, e é o que estou sentindo aqui”, conta Slaviero. “Outra coisa impressionante foi ter escutado os habitantes de Antônio Prado falarem algumas palavras do dialeto cimbro, típico das montanhas Vicentinas da Itália. Aqui essa cultura se manteve preservada”, observa.
Lorenzo Sartori, prefeito de Cavaion Veronese teve a mesma impressão. “Na Itália, somo acostumados a falar um pouco de italiano, enquanto aqui, só se fala o dialeto. Me senti em meio a Vicentinos ou Veroneses. Quando caminhamos pela cidade, as pessoas querem conversar conosco, fomos muito bem acolhidos”, conta Sartori. Ele também ficou impressionado com a quantidade de pessoas que encontrou com o sobrenome igual ao seu.
Para Sartori o principal elo entre Antônio Prado e Cavaion Veronese é a figura do padre Alexandre Pelegrini, que nasceu no município italiano em 1829, chegou ao Brasil em 1883 e fundou a primeira igreja católica de Antônio Prado. O túmulo do padre foi visitado pelos italianos. Sartori explica que o Gemellaggio é apenas o início de uma relação entre as cidades. Agora, devem ser planejadas várias iniciativas culturais e econômicas com o intuito de desenvolver os dois municípios.
Sartori afirmou que quer manter em contato os empreendedores dos dois países. “Temos manufaturadores de madeira, de mármore. Cavaion também tem muitas vinhas e cantinas, por que não trocar experiências com as cantinas gaúchas? Tenho certeza que o conhecimento que adquirimos em nossa trajetória (que é mais longa na produção de vinho) seria muito válida para os produtores brasileiros. Temos uma grande produção de óleo de oliva, por exemplo, que vocês não têm aqui. Poderíamos exportar esse óleo direto para o sul do país”, planeja Sartori.
O prefeito de Cavaion Veronese disse achar incrível que exista o Festival da Massa no Brasil. “A massa é um produto italiano e nós somos mestres no preparo deste prato. Poderíamos trazer chefs italianos para o Brasil, ou levar estudantes de gastronomia para lá, para aprenderem a preparar o prato com perfeição, à moda italiana”, propõe Sartori.
A missão dos italianos também é transmitir nas suas cidades de origem o tamanho da comunidade de descendentes que existe aqui no Brasil. “Na Itália quase não se fala dos emigrantes que partiram para o Brasil. Não entendemos o porquê disso, mas com certeza nossa missão será contar das belas cidades que eles construíram por aqui...”, promete Giorgio Dal Santo, aposentado, habitante de Cavaion Veronese que veio a Antônio Prado acompanhar o prefeito Sartori.
Alvirio Tonet, presidente do Comitato Vêneto no RS, estima que no mínimo 35 municípios do Rio Grande do Sul tenham acordos de Gemellaggio com cidades italianas. “O foco principal é histórico-cultural, artístico e econômico”, afirma Tonet.
A promoção do Gemellaggio foi uma iniciativa do Círculo Cultural Italo - Brasileiro de Antônio Prado, em parceria com a prefeitura. Em abril de 2014 uma comitiva da cidade firmará o acordo também na Itália.